domingo, 12 de setembro de 2010

Infecções que afectam a gravidez

Infecções que afectam a gravidez

A sua aposta, antes, durante e após a gravidez deve ser sempre a prevenção!

Durante a gravidez, é frequente o aparecimento de infecções fúngicas, podendo ocorrer em 25% das grávidas próximas do termo. Isto deve-se às alterações do equilíbrio da flora vaginal e do muco do colo nesta fase. O facto da maioria destas infecções não serem acompanhadas de sintomatologia pode não transformar-se num problema. A sua aposta, antes, durante e após a gravidez deve ser sempre a prevenção!

Texto: Cláudia Pinto
Entrevista: Dr. Luís Ferreira Vicente, ginecologista e obstetra do Hospital dos Lusíadas

Como se desenvolvem as infecções fúngicas durante a gravidez?

As infecções fúngicas vulvovaginais na gravidez são frequentes, podendo ser detectadas até 25% das grávidas próximas do termo.
Como resultam de alterações do equilíbrio da flora vaginal, podem surgir com maior facilidade neste período. Para isso, contribuem as alterações do muco do colo durante a gravidez, principalmente no termo e a tolerância imunitária subjacente à gestação. Muitas vezes, o desencadeante deste desequilíbrio pode ser a utilização prévia de antibióticos para o tratamento, por exemplo, de uma simples infecção urinária.

Diabetes e gravidez uma relação perigosa

Todas as mulheres desejam passar por uma gravidez saudável, segura e sem contratempos.

A fase mais bonita das suas vidas não é uma doença mas sim um estado de graça. No entanto, quando surgem complicações, as futuras mães têm de contribuir para que o período de gestação decorra o mais saudavelmente possível.

Com a ajuda do especialista João Filipe Raposo, damos-lhe a conhecer melhor a diabetes gestacional e aquilo que deverá fazer para que esta doença não lhe traga consequências negativas nem seja prejudicial ao bebé.

Texto: Cláudia Pinto
Revisão científica: João Filipe Raposo, director clínico da APDP

A diabetes, enquanto doença crónica, leva a que os cuidados durante o dia-a-dia, independentemente da faixa etária do paciente, sejam redobrados.

Se estamos perante uma gravidez, a atenção deverá aumentar.

Se uma mulher com diabetes tipo 1 ou 2 decide engravidar, “deverá previamente contactar o médico responsável pelo acompanhamento da sua diabetes, para que toda a gravidez decorra sem problemas”, esclarece João Filipe Raposo, director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. Durante a pré-concepção, “o objectivo é optimizar o controlo metabólico, verificar a existência de outras complicações e fazer as eventuais alterações terapêuticas necessárias de acordo com uma futura gravidez”.

domingo, 5 de setembro de 2010

Duvidas e respostas sobre a administração de fármacos durante a gravidez

A maioria das mulheres grávidas consome algum tipo de fármaco. Diversos organismos sanitários, bem como a Organização Mundial de Saúde, calculam que mais de 90 % das mulheres grávidas tomam fármacos, quer sejam receitados pelo médico ou não (de venda livre), e consomem drogas sociais, como o tabaco e o álcool, ou drogas ilícitas. Os fármacos e drogas provocam 2 % a 3 % de todas as anomalias congénitas; a maioria das restantes devem-se a causas hereditárias, ambientais ou desconhecidas.
Os fármacos e drogas passam da mãe para o feto, sobretudo através da placenta, o mesmo trajecto que os nutrientes seguem para o crescimento e desenvolvimento fetal. Na placenta, os fármacos e os nutrientes atravessam uma membrana fina que separa o sangue materno do fetal.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que é uma Gravidez de alto risco?

Uma gravidez de alto risco é aquela em que o risco de doença ou de morte, antes ou depois do parto, é maior do que o habitual, tanto para a mãe como para o bebé.

Para identificar uma gravidez de alto risco, examina-se a mulher grávida para determinar se apresenta condições ou características que a exponham, a ela ou ao feto, à possibilidade de adoecer ou morrer durante a gravidez (factores de risco).

Aos factores de risco atribui-se uma pontuação que corresponde ao grau de risco. O facto de identificar uma gravidez de alto risco assegura que a mulher que mais precisa de assistência médica a receba efectivamente.

Uma mulher com uma gravidez de alto risco pode ser tratada num centro de cuidados perinatais. Perinatal é um termo que se refere ao que acontece imediatamente antes, durante ou depois do parto. Geralmente, estes centros contam com um serviço obstétrico e uma unidade de cuidados intensivos neonatais para proporcionar o máximo grau de assistência tanto para a mulher grávida como para o feto e para o recém-nascido. O médico costuma enviar a grávida para um centro de cuidados perinatais antes do parto, porque a atenção precoce reduz a probabilidade de que o bebé adoeça ou morra. Estes centros também acolhem qualquer mulher grávida que apresente problemas inesperados durante o parto. A causa mais frequente de ingresso nesses centros é o risco de um parto prematuro (antes das 37 semanas), que é frequentemente associado à rotura prematura das membranas, ou seja, quando se rompem antes de o feto estar pronto para nascer. O tratamento num centro de cuidados perinatais reduz o risco de que o bebé nasça prematuramente.

Em alguns países desenvolvidos, morre uma mulher grávida (mortalidade materna) em 6 de cada 100 000 nascimentos. A principal causa de morte são os acidentes de trânsito ou outras lesões. Em segundo lugar encontram-se os diversos problemas relacionados com a gravidez e com o parto: coágulos de sangue que se soltam e chegam aos pulmões, complicações anestésicas, hemorragias, infecções e complicações provocadas por uma tensão arterial elevada.

A título de exemplo, diremos que o bebé morre antes, durante ou depois do parto (mortalidade perinatal) em 16 de cada 1000 partos nos EUA. Pouco mais de metade destas mortes são abortos e o resto afecta recém-nascidos com até 28 dias. A principal causa destas mortes são as malformações congénitas e a prematuridade.

Alguns factores de risco estão presentes antes de a mulher engravidar, enquanto outros se desenvolvem durante a gravidez.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Alguns factores de risco anteriores à gravidez

Antes de se dar a concepção, é possível que a mãe tenha características ou condições que aumentem o risco durante a gravidez. Além disso, se já tiver tido um problema numa gravidez, o risco de ter o mesmo problema em gravidezes subsequentes é maior. 

Características da mãe

A idade da mulher está estreitamente relacionada com o risco durante a gravidez. As raparigas com 15 anos ou menos têm mais probabilidades de desenvolver pré-eclampsia (uma doença caracterizada por uma tensão arterial elevada, proteínas na urina e retenção de líquidos durante a gravidez) e eclampsia (convulsões provocadas pela pré-eclampsia); também têm mais probabilidades de ter filhos de peso reduzido ao nascer ou desnutridos. Por outro lado, as mulheres com 35 anos ou mais têm mais probabilidades de ter a tensão arterial elevada, diabetes ou fibromas (formações não cancerosas) no útero, bem como problemas durante o parto. O risco de ter um bebé com alguma anomalia cromossómica, como a síndroma de Down, aumenta com rapidez a partir dos 35 anos . Se uma mulher grávida desta faixa etária estiver preocupada com a possibilidade de o seu feto desenvolver anomalias, pode submeter-se a uma análise das vilosidades coriónicas ou a uma amniocentese para determinar o conteúdo cromossómico do feto. 

sábado, 28 de agosto de 2010

Algumas dos factores de risco durante a gravidez

Uma mulher grávida sem riscos especiais pode sofrer uma alteração que aumente o risco por exemplo, a exposição a teratogénios (agentes que podem produzir defeitos congénitos), como a radiação, produtos químicos, fármacos e infecções, ou, então, pode desenvolver uma complicação médica ou em relação à gravidez.

Exposição a agentes teratogénicos

Os fármacos reconhecidos como causadores de defeitos congénitos quando são tomados durante a gravidez incluem o álcool, a fenitoína, os fármacos que contrariam as acções do ácido fólico (como o triamtereno ou o trimetoprim), o lítio, a estreptomicina, as tetraciclinas e a varfarina . As infecções que podem provocar defeitos congénitos compreendem o herpes simples, a hepatite viral, a gripe, a parotidite, a rubéola, a varicela, a sífilis, a listeriose, a toxoplasmose e infecções por vírus Coxsackie ou por citomegalovírus. No princípio da gravidez, pergunta-se à mulher se tomou alguns destes fármacos ou se sofreu alguma destas infecções desde que engravidou. É particularmente preocupante a forma como o tabagismo, o consumo de álcool e o abuso de medicamentos durante a gravidez afectam a saúde e o desenvolvimento do feto.

O tabagismo é a dependência mais frequente entre as mulheres grávidas de alguns países desenvolvidos. Apesar da informação crescente acerca dos perigos para a saúde que o tabagismo implica, a percentagem de mulheres adultas que fumam ou que vivem com alguém que fuma só baixou ligeiramente em 20 anos e a percentagem de mulheres grandes fumadoras aumentou. Por outro lado, o tabagismo entre as adolescentes aumentou substancialmente e supera o dos jovens da mesma idade.

Cirurgia durante a gravidez

A maioria das afecções que precisam de cirurgia durante a gravidez são problemas abdominais. A gravidez pode dificultar o diagnóstico e complicar qualquer procedimento cirúrgico. Dado que a cirurgia pode provocar um aborto, sobretudo no início da gravidez, qualquer intervenção não urgente é protelada, tanto quanto possível, desde que a saúde da mãe não esteja em perigo.

A apendicite pode provocar uma dor tipo cãibra semelhante às contracções uterinas. Uma análise ao sangue pode detectar uma subida dos glóbulos brancos (leucócitos), mas, devido ao facto de o número destas células também aumentar, normalmente durante a gravidez, este exame é pouco fiável para diagnosticar a apendicite numa mulher grávida. Além disso, à medida que a gestação avança, o apêndice é empurrado para a parte superior do abdómen, pelo que uma dor no quadrante inferior direito (ponto em que se costuma localizar a dor da apendicite) durante a gravidez, não indica necessariamente que se trata desta doença. Se efectivamente parecer que se trata de uma apendicite, faz-se uma intervenção cirúrgica para extrair o apêndice (apendicectomia) de forma imediata, pois a rotura do apêndice durante a gravidez pode ser mortal. Não é provável que uma apendicectomia provoque lesões no feto ou desencadeie um aborto.

Por outro lado, durante a gravidez podem desenvolver-se quistos ováricos e provocarem cãibras dolorosas. A ecografia detecta os quistos ováricos com grande segurança e precisão. A menos que um quisto seja claramente canceroso, a cirurgia costuma ser adiada até depois da duodécima semana de gravidez, devido ao facto de o quisto poder estar a segregar hormonas associadas que ajudam a manter a gravidez e, muitas vezes, desaparecer de forma espontânea. No entanto, se o quisto ou a massa continuar a crescer ou for doloroso à palpação, ou a causa subjacente for um cancro ou um abcesso, pode ter de se fazer uma intervenção cirúrgica inclusive antes da duodécima semana.

As afecções da vesícula biliar surgem ocasionalmente durante a gravidez. À mulher grávida são feitas revisões frequentes para controlar o processo. No entanto, se a doença não melhorar, a cirurgia pode ser necessária.

A obstrução intestinal pode ser um problema muito grave durante a gravidez. Se se desenvolver gangrena intestinal e peritonite (inflamação do revestimento da cavidade abdominal), a vida da mulher corre perigo e, além disso, pode sofrer um aborto. Geralmente, quando uma mulher gestante tem sintomas de obstrução intestinal, faz-se habitualmente uma exploração cirúrgica, sobretudo se tiver antecedentes de ter sido submetida a uma intervenção cirúrgica abdominal ou de ter tido uma infecção abdominal anterior.