domingo, 12 de setembro de 2010

Infecções que afectam a gravidez

Infecções que afectam a gravidez

A sua aposta, antes, durante e após a gravidez deve ser sempre a prevenção!

Durante a gravidez, é frequente o aparecimento de infecções fúngicas, podendo ocorrer em 25% das grávidas próximas do termo. Isto deve-se às alterações do equilíbrio da flora vaginal e do muco do colo nesta fase. O facto da maioria destas infecções não serem acompanhadas de sintomatologia pode não transformar-se num problema. A sua aposta, antes, durante e após a gravidez deve ser sempre a prevenção!

Texto: Cláudia Pinto
Entrevista: Dr. Luís Ferreira Vicente, ginecologista e obstetra do Hospital dos Lusíadas

Como se desenvolvem as infecções fúngicas durante a gravidez?

As infecções fúngicas vulvovaginais na gravidez são frequentes, podendo ser detectadas até 25% das grávidas próximas do termo.
Como resultam de alterações do equilíbrio da flora vaginal, podem surgir com maior facilidade neste período. Para isso, contribuem as alterações do muco do colo durante a gravidez, principalmente no termo e a tolerância imunitária subjacente à gestação. Muitas vezes, o desencadeante deste desequilíbrio pode ser a utilização prévia de antibióticos para o tratamento, por exemplo, de uma simples infecção urinária.

Diabetes e gravidez uma relação perigosa

Todas as mulheres desejam passar por uma gravidez saudável, segura e sem contratempos.

A fase mais bonita das suas vidas não é uma doença mas sim um estado de graça. No entanto, quando surgem complicações, as futuras mães têm de contribuir para que o período de gestação decorra o mais saudavelmente possível.

Com a ajuda do especialista João Filipe Raposo, damos-lhe a conhecer melhor a diabetes gestacional e aquilo que deverá fazer para que esta doença não lhe traga consequências negativas nem seja prejudicial ao bebé.

Texto: Cláudia Pinto
Revisão científica: João Filipe Raposo, director clínico da APDP

A diabetes, enquanto doença crónica, leva a que os cuidados durante o dia-a-dia, independentemente da faixa etária do paciente, sejam redobrados.

Se estamos perante uma gravidez, a atenção deverá aumentar.

Se uma mulher com diabetes tipo 1 ou 2 decide engravidar, “deverá previamente contactar o médico responsável pelo acompanhamento da sua diabetes, para que toda a gravidez decorra sem problemas”, esclarece João Filipe Raposo, director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. Durante a pré-concepção, “o objectivo é optimizar o controlo metabólico, verificar a existência de outras complicações e fazer as eventuais alterações terapêuticas necessárias de acordo com uma futura gravidez”.

domingo, 5 de setembro de 2010

Duvidas e respostas sobre a administração de fármacos durante a gravidez

A maioria das mulheres grávidas consome algum tipo de fármaco. Diversos organismos sanitários, bem como a Organização Mundial de Saúde, calculam que mais de 90 % das mulheres grávidas tomam fármacos, quer sejam receitados pelo médico ou não (de venda livre), e consomem drogas sociais, como o tabaco e o álcool, ou drogas ilícitas. Os fármacos e drogas provocam 2 % a 3 % de todas as anomalias congénitas; a maioria das restantes devem-se a causas hereditárias, ambientais ou desconhecidas.
Os fármacos e drogas passam da mãe para o feto, sobretudo através da placenta, o mesmo trajecto que os nutrientes seguem para o crescimento e desenvolvimento fetal. Na placenta, os fármacos e os nutrientes atravessam uma membrana fina que separa o sangue materno do fetal.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que é uma Gravidez de alto risco?

Uma gravidez de alto risco é aquela em que o risco de doença ou de morte, antes ou depois do parto, é maior do que o habitual, tanto para a mãe como para o bebé.

Para identificar uma gravidez de alto risco, examina-se a mulher grávida para determinar se apresenta condições ou características que a exponham, a ela ou ao feto, à possibilidade de adoecer ou morrer durante a gravidez (factores de risco).

Aos factores de risco atribui-se uma pontuação que corresponde ao grau de risco. O facto de identificar uma gravidez de alto risco assegura que a mulher que mais precisa de assistência médica a receba efectivamente.

Uma mulher com uma gravidez de alto risco pode ser tratada num centro de cuidados perinatais. Perinatal é um termo que se refere ao que acontece imediatamente antes, durante ou depois do parto. Geralmente, estes centros contam com um serviço obstétrico e uma unidade de cuidados intensivos neonatais para proporcionar o máximo grau de assistência tanto para a mulher grávida como para o feto e para o recém-nascido. O médico costuma enviar a grávida para um centro de cuidados perinatais antes do parto, porque a atenção precoce reduz a probabilidade de que o bebé adoeça ou morra. Estes centros também acolhem qualquer mulher grávida que apresente problemas inesperados durante o parto. A causa mais frequente de ingresso nesses centros é o risco de um parto prematuro (antes das 37 semanas), que é frequentemente associado à rotura prematura das membranas, ou seja, quando se rompem antes de o feto estar pronto para nascer. O tratamento num centro de cuidados perinatais reduz o risco de que o bebé nasça prematuramente.

Em alguns países desenvolvidos, morre uma mulher grávida (mortalidade materna) em 6 de cada 100 000 nascimentos. A principal causa de morte são os acidentes de trânsito ou outras lesões. Em segundo lugar encontram-se os diversos problemas relacionados com a gravidez e com o parto: coágulos de sangue que se soltam e chegam aos pulmões, complicações anestésicas, hemorragias, infecções e complicações provocadas por uma tensão arterial elevada.

A título de exemplo, diremos que o bebé morre antes, durante ou depois do parto (mortalidade perinatal) em 16 de cada 1000 partos nos EUA. Pouco mais de metade destas mortes são abortos e o resto afecta recém-nascidos com até 28 dias. A principal causa destas mortes são as malformações congénitas e a prematuridade.

Alguns factores de risco estão presentes antes de a mulher engravidar, enquanto outros se desenvolvem durante a gravidez.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Alguns factores de risco anteriores à gravidez

Antes de se dar a concepção, é possível que a mãe tenha características ou condições que aumentem o risco durante a gravidez. Além disso, se já tiver tido um problema numa gravidez, o risco de ter o mesmo problema em gravidezes subsequentes é maior. 

Características da mãe

A idade da mulher está estreitamente relacionada com o risco durante a gravidez. As raparigas com 15 anos ou menos têm mais probabilidades de desenvolver pré-eclampsia (uma doença caracterizada por uma tensão arterial elevada, proteínas na urina e retenção de líquidos durante a gravidez) e eclampsia (convulsões provocadas pela pré-eclampsia); também têm mais probabilidades de ter filhos de peso reduzido ao nascer ou desnutridos. Por outro lado, as mulheres com 35 anos ou mais têm mais probabilidades de ter a tensão arterial elevada, diabetes ou fibromas (formações não cancerosas) no útero, bem como problemas durante o parto. O risco de ter um bebé com alguma anomalia cromossómica, como a síndroma de Down, aumenta com rapidez a partir dos 35 anos . Se uma mulher grávida desta faixa etária estiver preocupada com a possibilidade de o seu feto desenvolver anomalias, pode submeter-se a uma análise das vilosidades coriónicas ou a uma amniocentese para determinar o conteúdo cromossómico do feto. 

sábado, 28 de agosto de 2010

Algumas dos factores de risco durante a gravidez

Uma mulher grávida sem riscos especiais pode sofrer uma alteração que aumente o risco por exemplo, a exposição a teratogénios (agentes que podem produzir defeitos congénitos), como a radiação, produtos químicos, fármacos e infecções, ou, então, pode desenvolver uma complicação médica ou em relação à gravidez.

Exposição a agentes teratogénicos

Os fármacos reconhecidos como causadores de defeitos congénitos quando são tomados durante a gravidez incluem o álcool, a fenitoína, os fármacos que contrariam as acções do ácido fólico (como o triamtereno ou o trimetoprim), o lítio, a estreptomicina, as tetraciclinas e a varfarina . As infecções que podem provocar defeitos congénitos compreendem o herpes simples, a hepatite viral, a gripe, a parotidite, a rubéola, a varicela, a sífilis, a listeriose, a toxoplasmose e infecções por vírus Coxsackie ou por citomegalovírus. No princípio da gravidez, pergunta-se à mulher se tomou alguns destes fármacos ou se sofreu alguma destas infecções desde que engravidou. É particularmente preocupante a forma como o tabagismo, o consumo de álcool e o abuso de medicamentos durante a gravidez afectam a saúde e o desenvolvimento do feto.

O tabagismo é a dependência mais frequente entre as mulheres grávidas de alguns países desenvolvidos. Apesar da informação crescente acerca dos perigos para a saúde que o tabagismo implica, a percentagem de mulheres adultas que fumam ou que vivem com alguém que fuma só baixou ligeiramente em 20 anos e a percentagem de mulheres grandes fumadoras aumentou. Por outro lado, o tabagismo entre as adolescentes aumentou substancialmente e supera o dos jovens da mesma idade.

Cirurgia durante a gravidez

A maioria das afecções que precisam de cirurgia durante a gravidez são problemas abdominais. A gravidez pode dificultar o diagnóstico e complicar qualquer procedimento cirúrgico. Dado que a cirurgia pode provocar um aborto, sobretudo no início da gravidez, qualquer intervenção não urgente é protelada, tanto quanto possível, desde que a saúde da mãe não esteja em perigo.

A apendicite pode provocar uma dor tipo cãibra semelhante às contracções uterinas. Uma análise ao sangue pode detectar uma subida dos glóbulos brancos (leucócitos), mas, devido ao facto de o número destas células também aumentar, normalmente durante a gravidez, este exame é pouco fiável para diagnosticar a apendicite numa mulher grávida. Além disso, à medida que a gestação avança, o apêndice é empurrado para a parte superior do abdómen, pelo que uma dor no quadrante inferior direito (ponto em que se costuma localizar a dor da apendicite) durante a gravidez, não indica necessariamente que se trata desta doença. Se efectivamente parecer que se trata de uma apendicite, faz-se uma intervenção cirúrgica para extrair o apêndice (apendicectomia) de forma imediata, pois a rotura do apêndice durante a gravidez pode ser mortal. Não é provável que uma apendicectomia provoque lesões no feto ou desencadeie um aborto.

Por outro lado, durante a gravidez podem desenvolver-se quistos ováricos e provocarem cãibras dolorosas. A ecografia detecta os quistos ováricos com grande segurança e precisão. A menos que um quisto seja claramente canceroso, a cirurgia costuma ser adiada até depois da duodécima semana de gravidez, devido ao facto de o quisto poder estar a segregar hormonas associadas que ajudam a manter a gravidez e, muitas vezes, desaparecer de forma espontânea. No entanto, se o quisto ou a massa continuar a crescer ou for doloroso à palpação, ou a causa subjacente for um cancro ou um abcesso, pode ter de se fazer uma intervenção cirúrgica inclusive antes da duodécima semana.

As afecções da vesícula biliar surgem ocasionalmente durante a gravidez. À mulher grávida são feitas revisões frequentes para controlar o processo. No entanto, se a doença não melhorar, a cirurgia pode ser necessária.

A obstrução intestinal pode ser um problema muito grave durante a gravidez. Se se desenvolver gangrena intestinal e peritonite (inflamação do revestimento da cavidade abdominal), a vida da mulher corre perigo e, além disso, pode sofrer um aborto. Geralmente, quando uma mulher gestante tem sintomas de obstrução intestinal, faz-se habitualmente uma exploração cirúrgica, sobretudo se tiver antecedentes de ter sido submetida a uma intervenção cirúrgica abdominal ou de ter tido uma infecção abdominal anterior.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Os tipicos desejos de grávidas

Para uma mulher grávida, o desejo incontrolável de comer um determinado alimento não escolhe dia nem hora, simplesmente acontece. Mas o que gera este fenómeno que ocorre nos primeiros meses de gravidez? Não existem opiniões unânimes, pode ser que se trate de uma manifestação puramente psicológica, mas também é possível que tenha algum substrato orgânico. Os desejos que surgem durante a gestação, arrastam à sua volta uma série de lendas e superstições que é necessário desmistificar.

Estranhos Mitos
Todos sabemos que existem países, como é o caso da China, onde existem iguarias um pouco estranhas, mas ainda assim, nada se compara ao desejo de uma grávida! Algumas querem comer barro, outras sabão e outras ainda, desejam ingerir bocados de sapatos. O certo é que, há alguns anos os desejos das grávidas tinham de ser respeitados porque as lendas o obrigavam.
Acreditava-se, então, que se o desejo não fosse imediatamente satisfeito, a criança poderia nascer com uma mancha no formato do alimento, ou pior ainda, nasceria com parecenças físicas com o que tinha sido recusado. O bebé poderia também nascer de boca aberta, e essa situação só era ultrapassada se a mãe se sujeitasse a uma espécie de ritual, que consistia em entrar por uma porta da igreja e sair por outra, em silêncio, com a criança ao colo. Outro exemplo de crendice, era afirmar-se que tudo o que a mulher ingerisse lhe faria proveito, mesmo que se tratasse de algo não comestível! Sabe-se agora que todas estas ideias são autênticos absurdos, não passam de lendas, mitos e superstições mas, ainda assim, muitas pessoas preferem não correr riscos e atender prontamente aos desejos da gestante.
Os estranhos desejos costumam aparecer e desaparecer nos três primeiros meses de gravidez. No que respeita as suas causas, as opiniões dividem-se. Alguns consideram que se trata de uma manifestação de pura infantilidade ou de capricho, mas os especialistas garantem que tudo é fruto de um misto de diversos factores, carências nutricionais, alterações hormonais e psicológicas. De facto, as alterações hormonais podem despertar novas sensações e causar mudanças ao nível do apetite e de percepção de cheiros e gostos. Por exemplo, a prolactina, responsável pelo estímulo das glândulas mamárias, provoca alterações no apetite em diversos momentos. Além disso, o aumento do nível de estrogéneos e progesterona, altera o paladar e o cheiro, o que poderá explicar o facto de as grávidas terem frequentemente apetência por comidas condimentadas e com fortes odores mas, e ao mesmo tempo, desenvolvam aversão por outros tantos cheiros e sabores com é o caso do café, fritos e tabaco.
Outra razão pode ser as deficiências nutricionais. Por exemplo, o ferro é um elemento fundamental para o organismo. Na formação do feto são necessárias 400 miligramas de ferro pelo que, mesmo deixando de menstruar, muitas vezes não consegue suprir essa carência. A grávida precisa de redobrar a ingestão de vitaminas, proteínas e sais minerais, porque a maior parte destes nutrientes são canalizados para o feto. Quando existe um desequilíbrio, uma carência, surge o desejo, ou seja, como o nosso organismo não possui uma forma de descodificar o que lhe está a faltar, procura essa substancia ou esse nutriente, na forma de desejo por determinados alimentos. Actualmente, como as gravidezes são seguidas de perto pelo médico assistente, as carências nutricionais são supridas com suplementos, o que reduz os desejos.

Chamada de atenção
Os médicos também referem que existe uma forte componente emocional. Na opinião de alguns, a mulher tem desejos para chamar as atenções porque sabe que todos vão querer satisfazer as suas vontades. Realmente os desejos ocorrem numa fase da gravidez, em que a mulher se está a adaptar ao seu novo estado. As sucessivas modificações corporais provocam grande ansiedade a grávida enche-se de dúvidas: será que o meu filho vai ser perfeito? Conseguirei ser boa mãe? Enquanto não sabe as respostas vai sofrendo por antecipação. Todos sabemos que os actos impulsivos como comprar coisas desnecessárias e comer, fazem parte da psicologia feminina como forma de ultrapassar a ansiedade, por isso não será complicado entender que grávida siga a mesma linha de comportamento, só que com uma diferença fundamental, a satisfação do desejo depende em regra de outra pessoa, geralmente o companheiro, o que é ao mesmo tempo uma forma de descobrirem até que ponto o companheiro está envolvido com a gravidez. O alimento seria então, acima de tudo, um meio de gratificação e recompensa emocional. Difícil é saciar os desejos, pois são muitas vezes exóticos, não são da estação, nem da região e surgem a qualquer hora, pelo que o companheiro tem de fazer uso de toda a criatividade para conseguir encontrar o que é pretendido.

Há que ter alguns cuidados
Doces, citrinos e alimentos condimentados, são os principais alvos de desejo das gestantes mas, em alguns casos, há um deslocamento do foco do desejo para produtos de limpeza e outras substâncias, que sendo ingeridas podem ser nocivas para a saúde, isto é, às vezes o desejo pode transformar-se num desvio patológico, como é o exemplo de algumas mulheres que desejam comer terra, tijolos, giz, sabão em pó... pelo que os médicos e a família têm que se manter atentos. As teorias são muitas mas não existem certezas algumas, por isso há que manter o bom senso - se o objecto de desejo não for algo razoável, é melhor não ceder à tentação para evitar riscos de envenenamento, intoxicações e problemas para o feto. É também importante saber, que existe em Portugal uma linha telefónica assegurada por profissionais, onde pode recorrer sempre que tenha dúvidas em relação a questões ligadas com a problemática da gravidez.
Trata-se da Linha SOS Grávida cujo telefone é o 21 793 16 17
Fonte:Teresa Paula Marques - Psicóloga Clínica

domingo, 22 de agosto de 2010

Qual a posição anormal do feto?

Uma posição anormal é aquela em que o feto ocupa mais espaço enquanto se desloca pelo canal de parto do que quando se encontra em posição normal, ou seja, olhando para trás, com a cabeça para a saída. 

Numa descrição de um feto dentro do útero, a posição refere-se à direcção para a qual o feto aponta, e a apresentação especifica a parte do corpo que sai primeiro pelo canal de parto. A combinação mais segura e frequente é a do feto que olha para trás (em direcção às costas da mãe), com a cara voltada para a direita ou para a esquerda e cabeça primeiro (apresentação cefálica), com o pescoço dobrado para a frente, o queixo encolhido e os braços cruzados sobre o peito. Se o feto se encontrar numa posição ou apresentação diferente, o parto pode ser mais difícil e talvez não seja possível a expulsão pela vagina. 

O feto pode olhar para a frente, geralmente com o pescoço esticado (em extensão). Nesta posição, a cabeça necessita de mais espaço para atravessar o canal de parto, pelo que o parto pode prolongar-se e a expulsão torna-se difícil. Depois de analisar o problema, o médico decide se deverá usar fórceps ou fazer uma cesariana. Na apresentação de face, o pescoço arqueia-se para trás e, por isso, o que aparece primeiro é o queixo; se este estiver colocado para trás porque o pescoço está em flexão e continua nessa posição, o parto vaginal não pode ser levado a cabo. Na apresentação de vértice, o pescoço está moderadamente arqueado e o que se apresenta primeiro é a fronte. Geralmente, os fetos não mantêm esta posição todo o tempo, mas, se o fizerem, tão, pouco poderão nascer por via vaginal. 

A apresentação de nádegas (podálica) é uma anomalia em que as nádegas do feto se apresentam primeiro em vez da cabeça. As lesões do feto, incluindo a morte, quer seja antes, durante ou depois do parto, ocorrem 4 vezes mais frequentemente com as apresentações de nádegas do que com as cefálicas (sobretudo porque as apresentações de nádegas são muito mais frequentes num parto pré-termo ou quando o feto tem anomalias congénitas). As complicações só podem ser evitadas se o problema for detectado antes do nascimento. Em certos casos, pode-se virar o feto até o pôr numa posição cefálica, pressionando o abdómen da mãe antes de o parto começar, normalmente na 37.ª ou 38.ª semana de gravidez. 



Posição e apresentação do feto 

A posição normal do feto é de cabeça para baixo e olhando para trás (para as costas da mãe), com o pescoço flectido; a apresentação é cefálica. Uma posição menos comum é olhando para baixo e as apresentações anormais incluem as de face, de vértice, de nádegas e de ombro.





Como as nádegas são mais estreitas do que a cabeça, o espaço que as nádegas deixam no canal de parto não é suficientemente grande para que a cabeça passe. Além disso, esta não pode ser moldada para que caiba e encaixe no canal de nascimento. Por conseguinte, o organismo da criança pode estar cá fora enquanto a cabeça fica presa dentro da mãe. Como resultado, a espinal medula ou outros nervos podem sofrer estiramentos e degenerar em lesões nervosas. Quando pela primeira vez se vê o umbigo do bebé fora da mãe, o cordão umbilical está comprimido entre a cabeça e o canal do parto, pelo que a criança recebe pouco oxigénio nesses momentos. As lesões cerebrais provocadas por falta de oxigénio são mais frequentes nos fetos que se apresentam de nádegas do que nos que o fazem de cabeça. Num primeiro parto, estes problemas pioram porque os tecidos da mãe não foram esticados por partos anteriores. Como a criança poderá morrer, muitos médicos recomendam uma cesariana, tanto para a maioria dos casos de apresentação de nádegas nas primeiras gravidezes como para todas as apresentações de nádegas dos partos pré-termo (ou prematuros). 

Por vezes, um feto atravessado horizontalmente no canal de nascimento apresenta-se de ombros. Nestes casos, normalmente, faz-se uma cesariana, a menos que o feto seja o segundo de um par de gémeos (em cujo caso se modifica a posição do feto para que nasça por via vaginal).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Prolapso do cordão umbilical

Um cordão umbilical prolapsado é uma complicação rara, que ocorre em cerca de 1 entre cada 1000 partos, na qual o cordão umbilical precede o bebé na sua passagem pelo canal de parto.

Quando o bebé sai pelo estreito canal de parto, produz-se uma compressão do cordão prolapsado e o bebé deixa de receber sangue. Esta complicação pode ser evidente ou passar despercebida (oculta).


O prolapso torna-se evidente quando as membranas se rompem e o cordão umbilical sai pela vagina antes de o bebé emergir. Costuma acontecer quando a apresentação é de nádegas, mas também ocorre quando o bebé emerge de cabeça, sobretudo se houver uma rotura prematura das membranas ou o feto não tiver descido para a pélvis. Se o feto não tiver descido, o fluxo de líquido provocado pela rotura das membranas desloca primeiro o cordão e depois o feto. Este é um dos motivos por que o médico não rebenta as membranas a menos que a cabeça tenha descido para a pélvis. Se ocorrer um prolapso do cordão, é necessário que a parturiente dê à luz de imediato (em geral por meio de cesariana) para evitar que o feto seja lesado por causa da falta de sangue. Até que a intervenção cirúrgica comece, a enfermeira ou o médico mantêm o recém-nascido afastado do cordão umbilical para que não se interrompa o fluxo de sangue pelo cordão prolapsado.

No prolapso oculto, as membranas estão intactas e o cordão encontra-se à frente do feto ou preso contra o seu ombro. Geralmente, o prolapso oculto é identificado graças a um padrão anormal na frequência cardíaca fetal. O problema é resolvido mudando a posição da mãe ou levantando a cabeça do feto para aliviar a pressão sobre o cordão. Por vezes, tem de ser feita uma cesariana.

domingo, 8 de agosto de 2010

O que é a Distocia de ombro?

A distocia de ombro é uma complicação pouco frequente, que ocorre em cerca de 1 entre 1000 apresentações cefálicas, em que o ombro do feto está encaixado no osso púbico e fica preso no canal de parto.


Quando a cabeça aparece no exterior, parece que algo a puxa um pouco para trás no orifício vaginal. O tórax está comprimido pelo canal do parto e a boca fica fechada devido à pressão exercida contra o orifício vaginal, pelo que se torna difícil para o médico colocar um tubo de respiração. Como resultado, o feto não pode respirar e produz-se um défice de oxigénio durante 4 a 5 minutos. Esta complicação é mais frequente quando se trata de fetos grandes, sobretudo quando é necessário usar o fórceps antes de a cabeça ter descido por completo pelo canal de parto. No entanto, a distocia de ombro não se verifica em todos os casos de fetos grandes.

Rapidamente o médico tenta várias técnicas para desencaixar o ombro e conseguir que o bebé nasça por via vaginal. Se estas fracassarem, o bebé raramente consegue ser empurrado para trás para que volte à vagina e possa nascer por cesariana.

sábado, 7 de agosto de 2010

O parto antes de termo (Parto pré-termo)

O parto antes de termo é o que começa antes da 37.ª semana de gravidez.

Como os bebés nascidos prematuramente podem ter problemas de saúde, os médicos tentam evitar o parto antecipado. O parto pré-termo (ou prematuro) é difícil de deter se se verificar uma hemorragia vaginal ou se as membranas que contêm o feto rebentarem. Se não ocorrer hemorragia vaginal e se as membranas não deixarem escapar líquido amniótico, o repouso absoluto, com líquidos administrados por via endovenosa, é útil em 50 % dos casos. No entanto, se o colo uterino se dilatar mais de 5 cm, o parto segue normalmente o seu curso até que o bebé nasça.

O sulfato de magnésio aplicado por via endovenosa detém o parto em até 80 % das mulheres, mas pode provocar efeitos secundários, como aceleração da frequência cardíaca na mulher, no feto ou em ambos. A terbutalina administrada mediante uma injecção subcutânea também pode ser utilizada para deter o parto. Enquanto o parto antecipado se detém, pode ser administrado à mulher um corticosteróide como a betametasona para dilatar os pulmões do feto e reduzir o risco de ter problemas respiratórios (síndroma de dificuldade respiratória neonatal) depois de nascer.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Gravidez pós-termo e pós-maturidade

Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das 42 semanas. A pós-maturidade é uma síndroma em que a placenta começa a deixar de funcionar normalmente numa gravidez pós-termo e põe o feto em perigo. 

Por vezes, é difícil determinar se passaram as 42 semanas, porque nem sempre é possível estabelecer a data precisa da concepção devido ao facto de os ciclos menstruais serem irregulares ou a paciente não estar certa do tempo que decorre entre eles. Por exemplo, se os ciclos menstruais da mulher forem de 35 dias ou mais, o parto pode parecer atrasado, embora na realidade assim não seja. No início da gravidez, uma ecografia, que é segura e indolor, facilita a determinação da duração da gravidez. Posteriormente, mas antes da 32.ª semana (de preferência entre a 18.ª e a 22.ª) é útil fazer uma série de ecografias destinadas a medir o diâmetro da cabeça do feto, o que pode ajudar a confirmar a duração da gravidez. Depois da 32.ª semana, a determinação da duração da gravidez por meio de ecografias pode arriscar um erro de 3 semanas num ou noutro sentido. 

Se a gravidez continuar para além da 42.ª semana, contada a partir do primeiro dia do último ciclo menstrual, examina-se a mãe e o feto em busca de sinais de pós-maturidade, tais como uma redução do tamanho do útero e da mobilidade fetal. Os testes começam na 41.ª semana para avaliar o movimento do feto e a sua frequência cardíaca, bem como a quantidade de líquido amniótico, que são parâmetros que decrescem consideravelmente nas gravidezes pós-maduras. Compara-se o tamanho da cabeça do feto com o do seu abdómen. Para confirmar um diagnóstico de pós-maturidade, pode-se fazer uma amniocentese (extracção e análise do líquido amniótico). Uma indicação de pós-maturidade é a detecção de uma coloração esverdeada do líquido amniótico, provocada pela matéria fecal do feto (mecónio); isto indica sofrimento fetal. 

Enquanto o exame não detectar sinais de pós-maturidade, pode deixar-se que a gravidez pós-termo continue. No entanto, se o exame der resultados positivos, o parto é provocado. No caso de o colo uterino não ser suficientemente flexível para que o feto o atravesse, faz-se uma cesariana (parto cirúrgico feito por meio de uma incisão no abdómen e no útero da mãe).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quando o parto é demasiado lento

Por hora, o colo uterino deverá dilatar-se pelo menos 1 cm e a cabeça do feto deverá descer pela pélvis pelo menos nessa mesma proporção. Se tal não suceder, pode acontecer que o feto seja demasiado grande para avançar pelo canal de parto e, por isso, seja necessário fazer uma cesariana ou usar fórceps. Se o canal de parto for suficientemente grande para o feto mas o parto não avançar com a devida velocidade, é administrada oxitocina endovenosa à mãe para estimular o aparecimento de contracções uterinas mais intensas. Se a oxitocina não der resultado, faz-se uma cesariana.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Na hora do parto alguns dos procedimentos usados

Se surgirem complicações durante o parto, recorre-se a procedimentos como a indução do parto, o parto com fórceps, com extracção pelo vácuo ou por cesariana.

Indução do parto

A indução do parto consiste em iniciá-lo de forma artificial. A aceleração do trabalho de parto requer as mesmas técnicas e fármacos que a indução, mas a diferença é que a aceleração se faz uma vez o parto já iniciado espontaneamente.

Normalmente, só se recorre à indução quando a mãe tem algum problema obstétrico ou quando ela ou o feto apresentam algum problema clínico. Se a gravidez seguir o seu curso com normalidade, o parto raramente é induzido, excepto nos casos em que a mulher tem dificuldade em chegar ao hospital a tempo para o parto. Muitas vezes, estas mulheres dão entrada no hospital pouco antes da data prevista para o nascimento. Estabelecer esta data com precisão é importante porque o médico pode requerer exames como a amniocentese para determinar exactamente a maturidade do feto antes de provocar o parto.



Cordão umbilical à volta do pescoço do feto


Geralmente, o parto é induzido mediante a administração de oxitocina, uma hormona que aumenta a intensidade das contracções do útero. É administrada por via endovenosa, com uma bomba de perfusão, para que a quantidade de fármaco possa ser controlada com precisão. Durante a indução e o parto regista-se electronicamente a frequência cardíaca fetal. Primeiro, externamente, colocando o monitor sobre o abdómen da mulher, e depois, quando as membranas podem rebentar sem correr riscos, introduz-se o aparelho registador na vagina e encosta-se ao couro cabeludo do feto. Se a indução não der resultado, faz-se uma cesariana.

A estimulação do parto com oxitocina é indicada quando a paciente tem contracções que não conseguem fazer avançar o feto pelo canal de parto. No entanto, se uma mulher se encontrar na fase inicial do parto (quando o colo uterino está mal dilatado e as contracções são irregulares), o descanso, o caminhar e o apoio psicológico constituem o melhor tratamento para estimular o parto.

Por vezes, a mulher tem contracções demasiado intensas, demasiado próximas umas das outras ou também intensas e muito próximas. Este problema, chamado parto disfuncional hipertónico, é difícil de controlar. Se estas contracções forem provocadas pela administração de oxitocina, suspende-se esta de imediato. A mulher pode ser colocada noutra posição e podem ser-lhe administrados analgésicos. Do mesmo modo podem ser administrados fármacos como a terbutalina ou a ritodrina, que ajudam a interromper ou a desacelerar as contracções.

Extracção com fórceps e com ventosa

O fórceps é um instrumento cirúrgico metálico, semelhante a um alicate, com pontas arredondadas que se colocam à volta da cabeça do feto. Uma ventosa é uma pequena taça feita de um material semelhante à borracha (silástico), que se liga a um gerador de vácuo, introduz-se na vagina e coloca-se sobre a cabeça do feto.

Em certos casos os fórceps são utilizados para facilitar o parto ou orientar a cabeça do feto. Recorre-se ao fórceps se existir sofrimento fetal, se o parto for prolongado ou se a posição do feto for anormal. Por vezes, o parto prolonga-se quando a anestesia impede que a mãe faça força de forma adequada. Em todos estes casos, um médico opta entre usar fórceps e fazer uma cesariana. Se se tentar fazer o parto com fórceps mas for demasiado difícil (o médico não puder puxar com mais força sem danificar o feto), recorre-se à cesariana.

Uma alternativa ao fórceps é um extractor pelo vácuo (ventosa), um dispositivo que aplica uma sucção sobre a cabeça do feto e que permite a extracção suave do bebé.



Fórceps e ventosa

Os fórceps ou a ventosa são utilizados para ajudar o parto. O fórceps é colocado à volta da cabeça do bebé. A ventosa (extractor pelo vácuo) conta com uma pequena concha, feita de um material semelhante à borracha, que adere à cabeça quando se inicia a aspiração. Com qualquer destes elementos a criança sai suavemente do corpo da sua mãe enquanto ela faz força.




Os fórceps podem danificar a cara do recém-nascido ou rasgar a vagina da mãe, enquanto uma ventosa pode provocar um rompimento do couro cabeludo do recém-nascido. De qualquer forma, estas lesões são pouco frequentes.

Cesariana

A cesariana é o parto cirúrgico por meio de uma incisão feita no abdómen e no útero da mãe.

Recorre-se a este processo quando os médicos consideram que é mais seguro do que o parto vaginal para a mãe, para o bebé ou para ambos. Em alguns países, até 22 % dos partos são por cesariana. O pessoal sanitário que participa nesta intervenção são um obstetra, um anestesista, enfermeiras e um especialista em doenças do recém-nascido (neonatologista) ou um profissional experimentado na reanimação neonatal. A prática de cesariana é segura devido aos progressos clínicos em diversas áreas como a anestesia, os fármacos endovenosos, os antibióticos e as transfusões de sangue. O mais cedo possível após a cirurgia, deve-se fazer andar a mãe para reduzir o risco de embolia pulmonar em que os coágulos de sangue formados nas pernas ou na pélvis chegam aos pulmões e obstruem as artérias da zona. O parto por cesariana provoca mais dor depois da operação do que um parto vaginal e, além disso, requer uma estada mais prolongada no hospital.

A incisão faz-se na parte superior do útero (incisão clássica) ou na inferior (incisão no segmento inferior). Normalmente, só se faz uma incisão clássica quando a placenta tem uma posição anormal (uma complicação chamada placenta prévia) ou quando o feto fica atravessado horizontalmente no canal do parto. A perda de sangue é maior do que quando a incisão se faz sobre o segmento inferior porque a parte superior do útero tem mais vasos sanguíneos. Além disso, a cicatriz é mais fraca, pelo que tem um pouco mais de probabilidades de se abrir em gravidezes subsequentes. A incisão no segmento inferior pode ser horizontal ou vertical. Na maioria dos casos é feita na horizontal. Normalmente, a incisão vertical faz-se quando o feto se encontra numa posição anormal.

Em geral, as mulheres a quem foi feita uma incisão no segmento inferior têm a possibilidade de escolher entre ter um parto vaginal ou outra cesariana. O parto vaginal é possível em cerca de 75 % destas mulheres. No entanto, o parto vaginal deverá ser feito só em instituições preparadas para fazer cesarianas, porque existe uma pequena possibilidade de a incisão anterior se abrir durante o parto.

domingo, 1 de agosto de 2010

Gravidez tardia quais os riscos?

É preciso avaliar os antecedentes da futura mãe

“Na gravidez, há um equilíbrio muito grande, porque é uma situação natural”, diz o obstetra Vicente Souto. Porém, a sociedade actual confronta-se com um número, cada vez maior, de mulheres que, objectiva e decididamente, querem engravidar em idades avançadas. Antes de uma tal decisão, importa procurar o médico e fazer o diagnóstico pré-natal

Porque os casais e os indivíduos têm o direito fundamental de decidir livremente e com inteira responsabilidade sobre o número de filhos que querem ter, e também acerca do momento do seu nascimento, cada um tem os filhos na idade que tem e quando pode, comportando e assumindo eventuais riscos.

A “modernidade” de ser mãe aos 40 anos reforça o papel do médico e aproveita as vantagens dos avanços da medicina.
Há na verdade esta tendência actual e retirando-se peso a diversos receios próprios de uma gravidez mais tardia.

“A situação é um bocado diferente da que se verificava há alguns anos. Antigamente, a mulher que tinha filhos com idade mais avançada provinha, geralmente, das classes menos favorecidas; sobretudo, porque não fazia a prevenção nem se preocupava com o planeamento familiar”, observa o obstectra, constatando que, hoje, muitas mulheres pensam, antes de mais, em se realizarem profissionalmente para, então sim, se preocuparem com a maternidade.

“As coisas têm-se modificado”, assegurando-se que muitas dessas mulheres que engravidam aos 40 anos são “pessoas com uma situação económica diferente, porque já têm uma vida estabilizada”.

A gravidez é um estado natural

Sendo a gravidez ou gestação um estado fisiológico particular - mas natural - no qual se encontra a mulher portadora de um óvulo fecundado, nas idades ditas férteis, “começam, igualmente, a aparecer os casos extremos daquelas senhoras que, na menopausa ou na pré-menopausa, também querem ter filhos”.
Nesse contexto, os especialistas chamam a atenção para um recente estudo estatístico norte-americano que aponta para a existência de uma centena de mulheres com idades próximas dos 60 anos e que quiseram ser mães, recorrendo à implantação de ovócitos. “Aqui, o problema é outro”, reconhecem os obstetras, adivinhando “problemas éticos complicados”. “Há o direito à reprodução, que toda a mulher tem. Mas, depois, há que encontrar limites”, até para evitar dificuldades aos filhos perante o envelhecimento dos pais, que já têm menos oportunidade de planificarem o futuro.

A par das possibilidades tecnológicas e científicas que permitem a uma mulher com mais de 35 anos engravidar, não obstante o aumento das dificuldades de ovulação, acresce também o número de mulheres com idade mais avançada (40 e 50 anos) – para as quais a gravidez se torna progressiva e naturalmente impraticável, porque já iniciaram a perda dos folículos e apresentam falência ovárica – que pretendem ser mães. As soluções são as mais diversas. Tudo depende dos recursos (naturais, científicos, económicos...) e das balizas éticas, fundamentalmente quando se pede um óvulo emprestado e se paga aluguer por uma barriga.

Engravidar mais tarde

Na verdade, “mesmo na menopausa, o útero está em condições de desenvolver uma gravidez”, sublinha Vicente Souto, dando ênfase às consequências disso.

“Há, efectivamente, muitos riscos acrescidos em relação à mulher”, repara o médico, a propósito de um conjunto de alterações fisiológicas e a nível do sistema circulatório. “Também se admite que os filhos dessas mulheres vão, provavelmente, ter problemas congénitos mais complicados”, acrescenta o especialista, registando que “em cada cinco gravidezes, nos Estados Unidos, há uma gravidez de uma mulher com mais de 35 anos”.

Ao considerar a faixa etária dos 40 anos, Vicente Souto diz ser acrescida a possibilidade de riscos, nomeadamente de anomalias cromossómicas. “Por exemplo, o risco de ter um filho com síndroma de Down (mongolismo ou trissomia 21) é tanto maior quanto mais velha for a mãe”, sublinha.

Embora este seja um domínio delicado - cabendo aos especialistas escolher as respostas mais adequadas, a fim de defender sobretudo as mães de sentimentos de culpabilidade e desconforto -, o médico acentua a importância do diagnóstico pré-natal, no sentido de detectar cromossomopatias ou alterações genéticas.

A par destas contingências, “uma mulher de 40 ou 42 anos está mais susceptível de apresentar diabetes e, entre outros, problemas circulatórios”. No entanto, “pelo facto de se tratar de uma mãe primíra ou de uma mulher multípara, sob o ponto de vista obstétrico, as coisas funcionam de maneira diferente”.

“É importante avaliar os antecedentes obstétricos de uma pessoa para poder fazer um juízo de valor sobre os riscos”, faz notar o anterior director clínico da Maternidade Bissaya Barreto, acrescentando que, se calhar, “a mulher mais velha até poderá ter um parto mais fácil, embora esteja mais sujeita a outros riscos, como os de hemorragias pós-parto”.

No que concerne às hipóteses de abortamento, a sua evolução depende, principalmente, da idade da gravidez. Todavia, a idade da gestante também tem a sua influência. Pois, as primíparas muito novas ou de idade avançada abortam mais vezes. “É evidente que uma mulher de 40 anos ou mais vê aumentados os riscos de prematuridade e de abortamento”.

Quando a futura grávida tem uma idade à volta dos 40 anos, “ela tem de ser esclarecida acerca da sua maior probabilidade de abortamento e de um parto prematuro”, sendo de ressalvar que, nesta faixa etária, “os riscos não são muito significativos”. “O problema coloca-se, sobretudo, a partir dos 45 anos; nessas condições, há uma subida percentual de riscos muito acentuada”, e de modo algum não há motivos para encontrar “razões para que, humanamente, desaconselhemos uma pessoa a ter um filho”. “Tem é de estar segura dos riscos que pode correr”.

Os riscos dos suplementos vitamínicos durantes a gravidez

O risco de parto prematuro aumenta se a grávida tomar suplementos vitamínicos no final da gravidez, sugere um estudo publicado no British Journal of Obstetrics and Gynecology.

Enquanto os suplementos vitamínicos podem ser altamente benéficos em mulheres que vivem em países subdesenvolvidos, dado terem uma dieta mais pobre, nos países desenvolvidos isso não acontece.

Neste estudo da University of Leeds, no Reino Unido, os investigadores analisaram a alimentação e o uso de suplementos em 1300 grávidas daquele país. O estudo verificou que, em 80 por cento das grávidas, a toma de vitaminas por algum tempo durante a gestação não aumentou o risco de parto prematuro. Contudo, as mulheres que as tomaram durante o terceiro trimestre de gravidez foram três vezes mais propensas a ter um parto prematuro.

O estudo não determinou as razões exactas para a existência desta relação, mas os investigadores destacam que a interacção entre diferentes vitaminas e minerais leva a uma redução dos nutrientes disponíveis para o feto em crescimento.

A investigação explicita ainda que, através da alimentação, as grávidas já recebiam os nutrientes necessários, com excepção da vitamina D, ferro, selénio e iodo.

O dilema da gravidez....

Ter um filho será uma das experiências mais marcantes da sua vida. Muito embora seja gratificante e extremamente feliz, irá notar que sofrerá uma mudança a nível psicológico, acompanhada de momentos de grande incerteza e receio. Por isso torna-se imperativo um momento de reflexão sobre o tema, ganhando assim uma autoconsciência sobre tudo aquilo que irá transformar a sua vida... para melhor!

Muito embora seja impossível prever e descrever exactamente o que vai acontecer durante uma gravidez, uma vez que cada futura mãe é um caso específico, importa pensar sobre todas as mudanças que vão ocorrer na vida de um casal.

Por isso se defende que a informação é o melhor amigo do casal, pois permitirá enfrentar todo o tipo de questões com um razoável nível de confiança, permitindo gozar a gravidez em toda a sua plenitude. Aproveitem para gozar mini-férias entre os quatro e sete meses de gravidez, para viverem o momento e preparem-se para os primeiros meses pós-parto.

Gravidez planeada ou não planeada

Não se pretende com este tópico abordar as inúmeras implicações consequentes de uma ou outra situação. Todas as pessoas reagem de maneira diferente à notícia da gravidez, quer sejam homem ou mulher, pois tudo dependerá do contexto em que estão inseridos, que como sabe variam fortemente de casal para casal. Por isso se houve todo o tipo de histórias, que variam desde a alegria profunda a casos isolados de depressão.

O que importa é que o passo seguinte seja planeado com o máximo de racionalidade possível, uma vez que o contexto pode ser desestabilizar. Daí que é importante analisar o impacto a nível do orçamento do seu agregado familiar, as implicações no trabalho, na sua carreira, entre outros, sem prejuízo de lhe relembrarmos que do outro lado da balança está o futuro bebé que será seguramente a experiência mais enriquecedora da sua vida.

Concepção medicamente assistida

Das situações que mais provocam ansiedade no casal é a incapacidade de conceber. Fiquem descansados pois na grande maioria dos casos já existem formas perfeitamente estudadas para contornar os problemas, sejam eles motivados pela mulher ou pelo homem.

Para tal terão de passar por inúmeros testes e análises pelo que, e tal como referido anteriormente, procurem fase-lo no mínimo tempo possível. No caso da implantação do embrião e após confirmação da gravidez, é normal que o médico especialista em concepção trate o seu caso como uma maternidade normal, mesmo que para si não o seja. Procure abstrair-se de todo o processo que percorreu uma vez que o mais importante é estar focada no seu futuro e em proporcionar o nascimento de um bebé saudável.

O papel do pai

Apesar dos pais se sentirem algo impotentes por não poderem assumir mais a sua responsabilidade, na realidade o seu apoio ao nível da motivação e acompanhamento são determinantes. Não se esqueça que a futura mãe estará insegura na maioria das vezes, para não mencionar que o seu corpo irá alterar significativamente. Assim, aconselhamos o futuro pai a ter em conta os seguintes pontos:

A futura mãe irá sentir-se mais cansada que o normal, pelo que procure libertá-la das tarefas pesadas da casa, assim como não permita que ela carregue quaisquer pesos.
A ideia geral de se tornar mãe combinado com o efeito das hormonas pode provocar reacções emotivas, pelo que esteja atento e seja compreensivo.
Faça muitos elogios ao longo da gravidez, especialmente à medida que o corpo da mãe se vai adaptando, assim como procure aumentar a sua auto-confiança.

Gravidez de gémeos...

As ocorrências de gravidezes múltiplas aumentaram significativamente nos últimos 20 anos. Este aumento é principalmente devido ao facto de um terço das mulheres que decidem engravidar tem cerca de 30 anos, sendo que estas mulheres têm maior propensão para uma gravidez gemelar. Uma outra razão para um maior número de nascimento de gémeos é um aumento da utilização de fármacos e procedimentos para a fertilidade. Mesmo assim, há ainda dois tipos básicos de gravidezes múltiplas: gémeos idênticos ou monozigóticos e os gémeos fraternos ou dizigóticos.

Múltiplos idênticos ou monozigóticos

Também designados como gémeos verdadeiros, são o resultado da fertilização de um só óvulo por um só espermatozóide, que se divide em duas massas celulares com material genético idêntico, resultando daí dois bebés do mesmo sexo e com o mesmo grupo sanguíneo. A placenta dos gémeos monozigóticos varia consoante a fase em que ocorreu a divisão do óvulo. Se tal aconteceu nas 72 horas imediatamente seguintes à fertilização, formam-se duas placentas.

Quando a divisão ocorre entre o 4º e o 8º dia é mais provável que se formem dois embriões, dois sacos amnióticos mas apenas uma placenta. Depois do 8º dia, resultam dois embriões, que partilham o memo saco amniótico e a mesma placenta, sendo este o caso com menor probabilidade de acontecer.

A ocorrência de múltiplos idênticos é considerada um evento aleatório não sendo influenciado pela idade, pela raça, ou pela herança genética. Os gémeos idênticos ocorrem estatisticamente em 3 a 4 de cada 1.000 nascimentos.

Múltiplos fraternos ou dizigóticos

São os gémos mais comuns e surgem como resultado da fertilização de dois óvulos diferentes por dois espermatozóides diferentes com informação genética idêntica a quaisquer outros irmãos nascidos em alturas diferentes. Durante a gravidez têm um saco amniótico e uma placenta individual. Estes ocorrem geralmente com tratamentos da infertilidade. O aumento do nascimento de gémos fraternos é igualmente devido ao facto das mulheres terem maior propensão a gravidezes gemelares à medida que atrasam o momento em que decidem ter filhos. Outras causas para um aumento de gravidezes dizigóticas são: um índice de massa corporal (IMC) elevado, a interrupção recente da pílula, e gravidezes anteriores. A hereditariedade é também um factor a ter em conta.

As principais peocupaçõe pré-natal

Durante a gravidez deverá estar a atenta e ser informada pois depende da mãe a detectar sinais de alerta e depende do profissional de saúde que a acompanha, a análise desses sinais e a verificação mediante a realização de exames, de que tudo corre bem, consigo e com o seu bebé. Não se esqueça que a prevenção pode evitar eventuais problemas.

O profissional de saúde

O primeiro cuidado pré-natal a ter é a vigilância médica. Pode ser seguida no seu centro de saúde, pelo médico de família em conjunto com a parteira e o hospital (pode ser que só venha a conhecer a parteira na altura do nascimento), ou optar por ser acompanhada por um ginecologista obstetra.

Os exames de rotina serão prescritos pelos profissionais durante as várias consultas, ser-lha-á medida a sua tensão arterial e feito um exame abdominal (verificação do tamanho do abdómen e audição dos batimentos cardíacos do bebé), ainda ser-lhe-ão receitadas análises ao sangue e urina (para despiste de infecções, glucose e má alimentação). O médico começará a apontar os dados no Boletim da Grávida que a deverá acompanhar por forma a que qualquer profissional de saúde conheça todos os dados relevantes da sua gravidez.

O local do parto

Poderá optar por ter o parto em casa, devendo acordar com uma parteira independente. Esta opção é mais dispendiosa, mas permiti-lhe planear o parto de forma personalizada. Entre outros, terá a liberdade de se manter activa, o que frequentemente facilita o trabalho de parto. Em caso de necessidade deverá ser transferida para um hospital.

Apesar de ser menos personalizado é recomendável que o caso de gravidezes múltiplas ou caso se prevejam complicações, opte por um parto num hospital onde poderá ser acompanhada por diversos profissionais de saúde.

Disponibilização de analgésicos e cuidados neo-natais;
Sujeição aos procedimentos hospitalares: que normalmente determinam que deverá estar sentada e ligada com uma banda durante todo o trabalho de parto com um instrumento denomainado CTG (Cardiotocografia) que procede à monitorização do batimento cardíaco do bebé (obviando situações de sofrimento fetal, que podem determinar a realização de uma cesariana.

Quando escolher?

Normalmente na 32.ª a 33.ª semanas, entre outros, após a ecografia que é normalmente realizada naquelas semanas, já poderá ter uma ideia de como decorrerá o seu trabalho de parto no caso do primeiro filho. No caso de não ser o 1.º filho, é possível que os profissionais de saúde esperem que o trabalho de parto decorra de forma parecida aos anteriores. Peça uma visita ao hospital pois ficará mais familiriazada com os espaços e poderá fazer uma escolha do local informada.

O problema da hipertensão durante a gravidez

A hipertensão é um dos transtornos mais graves durante a gravidez.


A prevenção funciona como a principal medida para garantir a saúde da mãe e do futuro bebé.


Uma grande parte da população feminina não tem os cuidados necessários com a alimentação e a maior parte das vezes não se preocupa em verificar a sua tensão arterial até que o médico o detecta na consulta de planeamento familiar ou na primeira consulta pré-natal.

Seja qual for o seu caso, um pré-natal cuidadoso é a melhor garantia de manter a tensão sob controle, evitando complicações para a sua saúde e a do seu bebé.

Se já sofria de hipertensão antes de ficar grávida, durante a sua gravidez, terá de redobrar os cuidados médicos. Assim, deverá fazer um controlo mais rígido dos valores, para além de:

- Reduzir o sódio da alimentação - o que significa diminuir o sal e evitar bebidas como refrigerantes e isotónicos
- Controlar o peso
- Reduzir naturalmente o stress.


Estes cuidados, para além de uma medicação adequada, chegam na maioria dos casos, para manter a situação controlada. A tensão alta é uma preocupação constante ao longo de toda a gravidez para a maioria das grávidas.

Algumas têm hipertensão crónica, outras desenvolvem este transtorno durante a gravidez - hipertensão transitória.

A rotina, de uma grávida hipertensa, exige paciência e abnegação. Além de cuidados extremos com sua alimentação, necessita de controlar a tensão arterial a cada três dias ou imediatamente, a sentir uma tontura ou a vista turva.

Também poderá ter de ser submetida a vários exames periódicos, como por exemplo:

- Determinação da proteinúria (presença de proteína na urina);
- Mapeamento da retina - exame ao fundo de olho realizado pelo oftalmologista - que permite verificar a ocorrência de alterações vasculares no olho;
- Ecografia e cardiotocografia com maior frequência.


O acompanhamento pré-natal sistemático é imprescindível como prevenção de qualquer complicação para a mãe e para o feto.

Os Riscos da Pré-Eclampsia


A eclâmpsia é definida como o desenvolvimento de convulsões generalizadas, excluindo as convulsões de causa neurológica, anestésica, farmacológica ou por complicações metabólicas, em grávidas com os sinais e sintomas da pré-eclampsia.

A pré-eclampsia é o desenvolvimento de hipertensão, com proteinúria significante ou edema das mãos e da face.

Quando este quadro clínico evolui e a grávida sofre convulsões atinge o estádio de Eclâmpsia.

Esta patologia apresenta-se habitualmente durante a primeira gravidez.

Esta patologia pode atingir uma mulher grávida que nunca sofreu de hipertensão.

São considerados factores de risco:

- História de familiares com eclâmpsia ou pré-eclâmpsia
- Ser a primeira gravidez
- Gravidez gemelar
- Ser hipertensa
- Sofrer de diabetes
Normalmente a doença surge durante a segunda metade da gestação, mais especificamente após as 24 semanas. Excepcionalmente, ocorre antes das 20 semanas (toxemia precoce).

A eclâmpsia pode ocorrer durante a gestação, parto ou puerpério e, muito raramente, até depois de 72 horas após o parto.

Enquanto a morte materna na eclâmpsia é elevada, a morte do decurso da pré-eclampsia é excepcional, ocorrendo em casos de insuficiência cardíaca e hemorragia cerebral por hipertensão arterial crónica.

A eclâmpsia é uma forma grave da doença hipertensiva específica da gravidez, que evolui de forma insidiosa, permitindo acções preventivas nos serviços básicos pré-natais.

Pesquisas efectuadas no Centro Médico Baptista da Universidade de Wake Forest da Universidade Pontifica de Santiago do Chile, descobriram em 2000, um possível marcador e um tratamento preventivo.

Estes, afirmam que os níveis de angiotensina, hormona natural que “trava” a hipertensão, aumenta durante a gravidez normal e permanece reduzida em mulheres com pré-eclampsia.

A hormona angiotensina, faz com que os vasos sanguíneos se dilatem e acredita-se que seja o “sistema de travão” natural do corpo humano contra a hipertensão.

Mais recentemente, um estudo conduzido pelos pesquisadores do Hospital General de Boston, revelou que um exame de sangue pode prever o risco de pré-eclampsia.

A equipa médica realizou um detalhado estudo, no qual indicou que as mulheres que desenvolveram pré-eclampsia possuíam, no início da gravidez, taxas acima do normal de uma proteína chamada SHBG.

Este estudo mostrou que um factor de risco que pode ser detectado muitas semanas antes dos sintomas aparecerem, também pode prever quem desenvolverá a pré-eclampsia. Deste modo, será muito mais fácil, encontrar um método para testar novas terapias.

Apesar de já se ter provado que uma pequena dose diária de aspirina pode proteger as mulheres grávidas de virem a sofrer de pré-eclampsia, cada caso é um caso e, cada mulher pode ter um gravidez com riscos muito variados.

Portanto, por enquanto, a Pré-Eclâmpsia pode ser apenas controlada – mas não curada – com diuréticos e, em alguns casos, com repouso absoluto.

O mais importante para todas as mulheres que vivam uma situação de pré-eclampsia, é manter o controlo pré-natal, como forma de redução da mortalidade materna e perinatal.

DESTAQUES

Hipertensão (>160/100 mmHg é contra-indicação absoluta)
Na eclâmpsia, a grávida pode sofrer um descolamento prematuro da placenta, edema agudo de pulmão ou edema cerebral, que provoca episódios seguidos de convulsões e comas transitórios até ao coma profundo.

Hellp é uma síndroma que pode desenvolver-se nos estádios graves de pré-eclâmpsia e eclâmpsia e pode resultar na falha renal, na destruição das plaquetas sanguíneas e no aumento das enzimas hepáticos.

A situação pode considerar-se muito grave, pois provoca hemorragia generalizada. A paciente é encaminhada para cesariana com anestesia geral.

Não esqueça:
Denomina-se pressão sanguínea à força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. A pressão média de uma pessoa jovem e saudável é 12:8. Quando a pressão arterial permanece acima desse índice por muito tempo, a paciente é considerada hipertensa.

A pré-eclampsia pode ocorrer em grávidas hipertensas ou a partir das 20 semanas em pacientes sem histórico da doença. As causas não são definidas. Uma das teorias é que o sistema imunológico materno inicia a defesa a um corpo estranho - o feto.

Se a pressão não for controlada, a doença começa a afectar o sistema cardiovascular, os rins e o fígado da mãe.

O que é o Aborto espontâneo?

Raramente se podem atribuir à mãe as culpas pelo sucedido.

Ter uma gravidez que termina em aborto pode ser muito triste e penoso. As informações que se seguem tratam dos sintomas e tratamentos para os diferentes tipos de aborto.

Talvez isto a ajude a entender, se tiver um aborto, e lhe permita ainda compreender que é pouco provável que tenha feito algo para causa-lo. Existem boas hipóteses de ter um bebé na próxima vez.

O que é o aborto?

Um aborto é o final espontâneo de uma gravidez antes da vigésima semana. O termo médico usado é aborto espontâneo.

Mais ou menos 20% de todas as gravidezes terminam em aborto durante as primeiras 16 semanas. Muitos ocorrem dentro de 10 semanas. Algumas mulheres abortam mesmo antes de saber que estão grávidas; um atraso na menstruação pode ser o único sintoma.

O que o provoca?

Muitas vezes é difícil saber exactamente a causa do aborto. Contudo, a maior parte dos abortos ocorrem quando os cromossomas do espermatozóide encontram os cromossomas do óvulo.

Muitas vezes o bebé (também chamado feto) não se desenvolve por completo, ou desenvolve-se de maneira anormal. Em casos como estes, o aborto é a maneira que o corpo encontra para terminar com a gravidez que não está desenvolver-se normalmente.

Outras causas possíveis de aborto incluem infecções do útero, diabetes sem controlo, alterações hormonais e problemas no útero. Excesso de tabaco, álcool e drogas ilegais, como a cocaína, também causam o aborto, principalmente no início da gravidez quando os principais órgãos do bebé estão ainda em desenvolvimento.

Algumas vezes, também um cérvix (parte baixa do útero) incapaz provoca aborto. Durante o trabalho de parto o cérvix dá abertura para permitir que o bebé saia do útero e passe através da vagina.

Caso o cérvix comece a aumentar a abertura muito cedo, pode resultar em aborto. Muitas vezes, se o problema é descoberto cedo, pode ser tratado para que a gravidez continue.

Uma queda da mãe raramente causa aborto pois o bebé está muito bem protegido dentro do útero. Por outro lado, não há nenhuma evidência que stress emocional ou físico ou actividade sexual possam causar aborto numa gravidez normal.

Como recuperar os seios depois da gravidez?

Após uma gravidez, e depois de emagrecer alguns quilos, as suas mamas ficam mais flácidas. A mama da mulher é constituída por tecido glandular, em volta tem tecido adiposo e conjuntivo. O tecido glandular é composto pelos ductos e pelos alvéolos, é responsável pela produção do leite. O tecido tem como função suster as estruturas internas, ou seja é ele que impede que as mamas descaíam, o tecido adiposo preenche o seu interior, dando-lhe forma volume e contorno. Quer isto dizer que as mamas não têm músculo, como os nossos braços e pernas, e por muito exercício que se possa fazer não vão aumentar ou diminuir o seu tamanho

Para que as suas mamas mantenham firmeza e tamanho deve ter muitos cuidados durante a gravidez. Assim que surgem os primeiros sinais de gravidez deverá começar a usar cremes, após o banho deverá massajar as mamas para evitar o aparecimento de estrias. E porque o peito incha com o avançar da gravidez deverá ter cuidados para ajudar a reduzir esse inchaço e a congestão, principalmente quando estiver a amamentar. A pele das mamas devem estar hidratadas e devem ser massajadas várias vezes para que estas se adaptem a amamentação e posteriormente para que não fiquem flácidas e cheias de estrias.

Utilize bons cremes de hidratação durante a gravidez, adapte sempre os tamanhos do sutiãs ao tamanho do peito e continue a utilizar cremes, durante o período da amamentação irá fazer-lhe falta para descongestionar o peito (o leite possa sair da mama com facilidade) e mais tarde olhar-se ao espelho e poder ver ainda rigidez e firmeza.

Durante a Gravidez o que devo comer?

Com que frequência come e que quantidade (3 grandes refeições, 5 pequenas refeições, ou uma combinação de refeições e pequenos lanches) não é crítico, desde que coma alimentos nutritivos para ter uma dieta equilibrada.

De seguida apresentamos informações importantes acerca das principais necessidades nutricionais durante a gravidez e como as satisfazer.

A ingestão de calorias não necessita de alteração durante os primeiros 3 meses de gravidez, desde que coma alimentos nutritivos e de qualidade. Durante os últimos dois trimestres, o seu corpo necessita de aproximadamente mais 300 calorias por dia do que quando não estava grávida.

Ambos dependem muito das proteínas, que são os nutrientes que suportam um crescimento adequado dos tecidos. Para obter as proteínas adicionais de que necessita, precisa de consumir 60g de proteínas por dia, o que é 20% a 36% mais do que os requisitos normais.
Algumas fontes excelentes de proteínas de elevada qualidade são o peixe e marisco, aves, carne de vaca, borrego, porco e ovos. Outras fontes vegetarianas e de origem não animal como os legumes, frutos secos e cereais, são também apropriadas. O leite e outros produtos lácteos, como o queijo e os iogurtes são também excelentes fontes de proteínas.

Os lípidos (gorduras) são importantes na sua dieta porque ajudam o seu corpo a absorver muitos nutrientes. Os lípidos são igualmente importantes para a energia, poupando proteínas para as funções de reconstituição orgânica.

Contudo, mesmo durante a gravidez deve limitar a ingestão de lípidos, que são muito ricos em calorias. Se comer alimentos muito ricos em lípidos, aumenta de peso muito rapidamente.

Os alimentos que são boas fontes de gordura incluem: carne de vaca, leite, queijo, manteiga, margarina e óleos. Se incluir um pouco destes alimentos na sua dieta diária, em quantidades apropriadas, receberá a energia suficiente das gorduras.

Durante a gravidez o ácido gordo docosahexanóico (DHA) é essencial para o desenvolvimento do cérebro. O seu bebé depende de si para lhe fornecer o DHA.

Os estudos demonstraram que o suplemento materno de DHA melhora o nível de DHA do recém-nascido. Os peritos recomendam que as mulheres grávidas ingiram 300 mg de DHA por dia.

Ovos, miudezas, fígado e peixe são óptimas fontes de DHA.

Os cereais integrais e alimentos com fibras, como o pão integral, cereais, arroz, aveia e massas, são importantes porque fornecem energia.

Para satisfazer as suas necessidades precisa de ingerir 3 vezes ao dia alimentos com cereais integrais/ fibras (uma fatia de pão é igual a uma toma).

Tente escolher alimentos que sejam enriquecidos e feitos à base de cereais integrais, como a aveia, centeio e trigo. Os alimentos à base de cereais integrais contêm mais nutrientes do que os refinados e processados, contendo ainda as preciosas fibras.

As fibras são importantes, especialmente, se é uma das muitas mulheres que sofre de obstipação durante a gravidez. Os alimentos com elevado teor em fibras, como os cereais integrais, fruta e vegetais frescos ajudam a aliviar a obstipação.


As grávidas têm uma necessidade muito superior ao normal de vitaminas e minerais. As frutas e vegetais fornecem uma maior variedade de vitaminas e minerais do que aqueles que encontra noutros alimentos.

Deve comer diariamente, pelo menos uma vez por dia, citrinos e produtos hortícolas. São também importantes outras frutas e vegetais como: maçãs, pêras, pêssegos, uvas, bananas, ananás, bagas, goiaba, mangas, papaias, tâmaras, figos, melão, cenouras, beterraba, tomate e couve flor.

É preferível comer fruta fresca e vegetais. Eles contêm mais nutrientes do que os produtos enlatados e congelados e não têm açúcar, sal e gordura extras.

A vitamina ácido fólico e os minerais ferro e zinco são especialmente importantes durante a gravidez.

O ácido fólico é crítico para o desenvolvimento saudável do seu bebé. Uma ingestão adequada de ácido fólico, especialmente antes da concepção e nas primeiras semanas de gravidez pode ajudar a prevenir as deficiências do tubo neural (DTNs) que são algumas das anomalias mais graves à nascença.

Frutas e vegetais (incluindo sumo de laranja e vegetais de folha verde) e sementes enriquecidas são boas fontes de ácido fólico.

Deve consumir pelo menos 600 mcg de ácido fólico por dia. De facto, os peritos recomendam que as mulheres grávidas tomem um suplemento contendo, pelo menos, 600 mcg de ácido fólico por dia, em vez de confiar apenas nas fontes de ácido fólico, para obter este nutriente tão importante.

O aumento drástico do volume de sangue durante a gravidez aumenta muito a necessidade de ferro. O ferro é o componente principal da hemoglobina, a parte dos glóbulos vermelhos que fornece oxigénio às suas células e às do bebé.

O suplemento de ferro durante a gravidez ajuda a prevenir a carência em ferro que pode aumentar o risco de complicações no trabalho de parto e no parto, assim como, baixo peso à nascença e parto prematuro.

Os alimentos ricos em ferro incluem: carne de vaca e outras carnes de órgãos (miudezas), legumes e cereais enriquecidos.

Os peritos norte-americanos recomendam o consumo de 27 mg de ferro por dia, o que equivale a 50% acima dos requisitos normais. Como isto é muito difícil de conseguir apenas com a alimentação, a maioria dos peritos recomenda que tome por dia um suplemento contendo, pelo menos, 30 mg de ferro.

O zinco é importante para a sua saúde e a do seu bebé. A carência materna em zinco pode causar complicações na gravidez e trabalho de parto. Os níveis inadequados de zinco em crianças estão associados a deficiências do tubo neural e baixo peso à nascença.

O marisco, fígado e carne de vaca são boas fontes de zinco.

O que realmente devo evitar durante a gravidez?

FUMAR

A nicotina, alcatrão e monóxido de carbono são substâncias químicas associadas ao fumo. Se fumar antes ou depois do seu bebé nascer, põe em risco a sua saúde e a do seu bebé. Quanto mais cedo parar, melhor será para o seu bebé.
É uma boa ideia encorajar o seu companheiro e outros membros da sua família a desistirem, porque o fumo do cigarro das outras pessoas pode pôr em risco a sua saúde e a do seu bebé.

CAFEÍNA E ÁLCOOL

O café, chá, colas e outros refrigerantes, chocolate e alguns medicamentos de venda livre contêm cafeína. A cafeína circula no sangue do bebé, mas parece não causar defeitos de nascença. Contudo, deve limitar o consumo de cafeína, porque quantidades elevadas de cafeína podem contribuir para algumas complicações da gravidez.
Quando bebe álcool, ele entra rapidamente na sua corrente sanguínea e na do seu bebé. É preferível não beber álcool durante a gravidez. Caso decida beber álcool, limite a sua ingestão a uma bebida ocasional. Não beba todos os dias, nem muita quantidade num curto espaço de tempo.

MEDICAMENTOS

Muitos tipos de medicamentos podem afectar e alguns podem causar defeitos de nascença ou outros problemas ao bebé.
Informe o seu médico dos medicamentos que estava a tomar antes de engravidar. Não deve tomar qualquer medicamento, com ou sem receita médica, sem o conselho de um profissional de saúde.

Quantos quilos posso aumentar durante a gravidez?

Qual deverá ser o meu aumento de peso?


A maioria dos obstetras e profissionais de saúde consideram que um aumento de peso durante a gravidez ente os 11kg e os 16kg é óptimo para a maioria das mulheres com peso e altura médios.

Se o seu peso normal antes da gravidez for baixo, se for uma adolescente (< = 18 anos de idade) ou se está à espera de gémeos pode necessitar de um aumento superior de peso.

Se o seu peso normal antes da gravidez é elevado, não precisa de aumentar tanto de peso. Por que cada caloria conta, deve sempre tentar comer alimentos saudáveis e nutritivos, evitando as dietas.

Fale com o seu médico para saber qual é aumento de peso ideal para si. Lembre-se de que o seu médico é a melhor fonte de informação no que respeita às suas necessidades específicas.

Aumentos de peso recomendados durante a gravidez:

Perfil Aumento de Peso
Mulheres com peso normal - 11,5 a 16,0 kg
Mulheres com peso inferior ao normal - 12,5 a 18,0 kg
Mulheres com excesso de peso - 7,0 a 11,5 kg
Mulheres obesas - 6,8 kg
Grávida de gémeos - 16,0 a 20,5 kg


Porque o aumento de peso é tão importante?

O aumento de peso materno pode afectar significativamente o peso do bebé à nascença. Deste modo, é importante um aumento adequado de peso, dado que, bebés com pouco ou com excesso de peso podem ter dificuldades.

Um bebé com pouco peso (< 3 kg) pode ter problemas derivados do baixo peso à nascença. Um bebé com excesso de peso (> 4 kg) pode complicar o trabalho de parto.

A cada consulta, o seu médico verificará o seu peso, para certificar-se se é o adequado. A monitorização do peso é um modo de controlar se o bebé está a receber a nutrição apropriada.


Para onde vai todo o peso?

O feto em crescimento é responsável por menos de metade do aumento do peso durante a gravidez. O aumento de peso dá-se devido às alterações nos tecidos orgânicos, fluídos, sangue e reserva de gordura corporal.

Composição do aumento de peso na gravidez

A maioria do aumento de peso dá-se nos 2 últimos trimestres. A generalidade das mulheres aumenta 1 a 2 kg no primeiro trimestre, seguindo-se um aumento constante de aproximadamente 400 g por semana até aos 5 kg na 20ª semana, 9,5 kg na 30ª semana e 13 kg no final da gravidez.

Como irei perder este peso depois do bebé nascer?

É possível que esteja preocupada com o aumento de peso durante a gravidez porque tem receio que o excesso de peso se mantenha depois do parto. No entanto, os estudos demonstram que, em média, apenas 4 kg permanecem imediatamente após o parto e 2 kg nas seis semanas após o nascimento do seu bebé.

Se seguir as recomendações do seu médico no que respeita ao aumento de peso, provavelmente todo o peso ganho será perdido no prazo de 8 meses.

Duvidas e ansiedades do pré-parto...


ISTO JÁ É O PARTO?


Até aos quatro centímetros de dilatação, as recomendações são para ficar em casa. A esta fase do parto chama-se pré-parto ou fase latente e, numa gravidez normal, em que tudo esteja a correr nem, não há nada que se possa fazer na maternidade para ajudar o bebé a sair.

O melhor é estar em família, confortável, o mais descontraída possível, para que a ocitocina natural possa fazer o seu trabalho e ajudar o útero a contrair. Esta fase costuma ser a mais longa do parto, mas também a menos intensa. Pode começar sem que se dê conta, sem dores, alguns dias ou até semanas antes. Ou pode durar algumas (às vezes muitas) horas e notar-se perfeitamente, com contracções ligeiras e espaçadas mais de 20 minutos. Todas as mulheres são diferentes.

À primeira contracção, o normal é surgir a dúvida: é isto? Já estou em trabalho de parto? A dor será semelhante à de uma cólica menstrual. A sensação será precisamente de contracção na barriga, como se fi casse dura. É o útero a contrair-se. Se não se repetir em breve, podem ser apenas as contracções de Braxton-Hicks, que não são sinal de parto, mas sim uma espécie de treino do útero para as verdadeiras contracções. Essas, as verdadeiras, são mais prolongadas, mais intensas e vão-se tornando mais frequentes e mais dolorosas com o passar do tempo. É normal não distinguir umas das outras, por isso, à primeira contracção, a atitude certa é manter a calma e esperar. Só quando começarem a ter intervalos de quatro minutos, deve pensar em ir para o hospital (o tempo entre contracções conta-se desde o início de uma ao início da outra). Entretanto, o seu corpo irá trabalhando, dilatando, abrindo, ajudando o bebé a descer.

E QUE FAÇO EM CASA?


Se for de noite, tente dormir. Nesta fase, é importante descansar o mais possível, poupando forças para quando chegar a parte difícil. Deite-se, de preferência sobre o lado esquerdo, a posição que mais facilita a dilatação, pois optimiza o afluxo de sangue e de nutrientes à placenta. Mesmo que não consiga alcançar um sono pesado, deixe-se ir «passando pelas brasas». Qualquer minuto de repouso será precioso para o trabalho árduo que se segue.

A vantagem de estar em casa é ser muito mais fácil relaxar, ainda que continue a ser complicado serenar os pensamentos, sabendo que o bebé está prestes, prestes a nascer. O truque é manter-se entretida, para que a cabeça não atrapalhe o corpo.

Continuar a rotina do dia-a-dia ajuda a tranquilizar. Faça o que tinha planeado, mas não se afaste muito de casa. Num primeiro parto, nunca se sabe. Às vezes, os quatro centímetros chegam depressa e, nessa altura, as contracções já podem ser mais dolorosas. Em casa, há sempre mais recursos para aliviar a dor: música agradável, luz a gosto, os nossos cheiros.
E pode:

■ Tomar um banho ou duche morno. Ajuda a relaxar, alivia as dores e favorece a dilatação.
■ Muitas mulheres optam por cozinhar quando estão em pré-parto. Porque não fazer bolos ou bolachas para levar para o hospital? Sempre é um bocadinho de casa que vai consigo e saberá bem saborear um lanche caseiro depois do esforço do parto.
■ Fazer actividades que a aproximem do bebé: dar os últimos retoques no quarto, ver se falta alguma coisa na mala que levará para a maternidade, tirar fotografi as à barriga, despedir-se da barriga, pois irá ter saudades.
■ Fazer coisas que provavelmente não fará tão cedo: ver um filme, ler um livro, sentar-se no sofá.
■ Ir as vezes que forem precisas à casa-de-banho. Quanto mais espaço livre houver mais fácil será para o bebé fazer o caminho.
■ Usar todas as técnicas de relaxamento que souber e que se lembrar: respiração, meditação, visualização. Aproveite o momento, sinta a felicidade de estar quase a chegar à meta.

E QUANDO VOU PARA O HOSPITAL?


Ir para o hospital muito cedo pode gerar ansiedade na grávida e levar a intervenções desnecessárias por parte dos profi ssionais de saúde (ocitocina artificial, monitorização fetal). O ambiente médico, aliado ao facto de ter de trocar a sua roupa por uma bata, de (em alguns hospitais) não poder comer, nem beber, e (também em alguns hospitais) não poder ter um acompanhante ao lado nesta fase em nada contribuem para o relaxamento necessário à dilatação. O conforto de um hospital, por muito hoteleiro que seja, não se compara ao da nossa casa. Para saber quando está na altura de deixar o ninho pode usar o método «411»: significa contracções de quatro em quatro minutos, com duração de um minuto, durante uma hora. Começa a fase activa do trabalho de parto, começa o bebé a descer pelo canal vaginal. Se o hospital for longe (mais de meia hora de caminho) convém ir mais cedo. Mas, a não ser em casos excepcionais, não é preciso ir a correr. Se se sentir bem e confiante, até pode ficar mais tempo em casa. Nesta fase, o normal em primeiros filhos é que o útero dilate cerca de um centímetro por hora. Se estiver mesmo com quatro dedos de dilatação, ainda tem, pelo menos, seis horas pela frente….


NÃO FIQUE EM CASA SE:


■ Não sentir o bebé durante 12 horas. Mas primeiro tente estimulá-lo comendo algo doce, mexendo-se ou falando com ele.
■ Tiver uma hemorragia vaginal considerável. Pequenas perdas de sangue são normais durante a gravidez, mas se for em grande quantidade pode signifi car alguma complicação, habitualmente com a placenta.
■ Se a bolsa de águas rebentar, mesmo que não tenha dores. Se o líquido for claro e inodoro não é preciso ir logo para o hospital, mas é conveniente falar com o médico.


FASES DO PARTO

Primeira fase

■ Fase latente (ou pré-parto): até aos quatro centímetros de dilatação; as contracções vão sendo mais fortes e ritmadas. Pode durar até 20 horas.
■ Fase activa: dos quatro aos dez centímetros; descida do bebé pelo canal vaginal; as contracções tornam-se mais intensas. Habitualmente dura sete a oito horas. Em média, o útero dilata um centímetro por hora.


Segunda fase


■ Período expulsivo: desde que o útero atinge os dez centímetros de dilatação até ao nascimento do bebé; a mãe começa a sentir vontade de fazer força. Pode durar entre 45 e 60 minutos num primeiro parto e entre 15 a 20 nos restantes.

Terceira fase


■ Dequitadura: expulsão da placenta. Demora cerca de 30 minutos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mulheres obesas têm mais probabilidade de uma gravidez indesejada

Resultados de um estudo francês publicado no British Medical Journal
As mulheres obesas têm menos acesso à pílula e um risco quatro vezes maior de gravidez indesejada do que aquelas que têm peso normal, refere um estudo francês publicado no British Medical Journal.

“A pressão social sobre os corpos de mulheres e o seu peso é particularmente forte. As mulheres obesas sofrem um risco duplo: têm mais dificuldade em encontrar parceiros sexuais e em gerir as consequências”, referiu Nathalie Bajos, do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale, em declarações à agência noticiosa AFP.

Segundo o estudo, as obesas têm quatro vez mais probabilidades de terem uma gravidez inesperada e de fazerem abortos. São ainda menos seguidas por médicos ginecologistas.

Os próprios médicos hesitam em receitar a pílula a estas mulheres e muitas vezes não beneficiam de alternativas, como o dispositivo intrauterino, refere Bajos, acrescentando que alguns clínicos acreditam erradamente que as obesas não têm relações sexuais.

Este primeiro estudo sobre a sexualidade e o peso foi realizado em 2006, envolvendo 10 mil homens e mulheres, residentes em França, com vários pesos e com idades entre os 18 e os 69 anos.

Para quase 30 por cento das mulheres obesas, a sexualidade não é considerada importante, contra 12 por cento entre as que têm um peso normal. As obesas que tiveram um parceiro sexual no último ano são também menos (30 por cento), ao contrário do que acontece com os homens obesos.

As mulheres obesas entre os 18 e os 29 anos usam quase cinco vezes mais a Internet para procurar um parceiro do que as mulheres de peso normal (18 contra 5 por cento).

Por outro lado, as mulheres com excesso de peso têm mais frequentemente um parceiro obeso do que os homens que também pesam mais que o aconselhável.

Quanto aos homens, as disfunções erécteis são quase três vezes mais frequentes nos obesos que entre os 30 e os 49 anos usam quatro vezes menos o preservativo do que os homens com peso normal. Os que têm menos de 30 anos declararam mais doenças sexuais transmissíveis.

“Devido às dificuldades de encontrar um parceiro, as questões de saúde passam, muitas vezes, para segundo plano”, nota a investigadora.